BLOG DO PROFº ROBERTO CATARINO

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terça-feira, 29 de março de 2011

A trajetória de vida do grande político que esse pais já teve: José Alencar



Conhecido pelo largo sorriso, bom humor e otimismo, Alencar fez 14 cirurgias e dois implantes de stent (cateter com um pequeno balão na ponta) devido ao entupimento de artérias. A maior parte das cirurgias foi para combater o câncer, doença contra a qual luta desde 1997. Ele dizia não ter medo da morte, mas lutava sempre pela vida.

Nascido em Muriaé, na Zona da Mata mineira, em 17 de outubro de 1931, o ex-vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva foi senador por Minas Gerais e um dos maiores empresários daquele estado, onde fundou a Coteminas, sua principal empresa, que atua no ramo têxtil.

Começou a exercer a vice-presidência da República no dia 1º de janeiro de 2003, depois da vitória do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2004, Alencar passou a acumular a vice-presidência com o cargo de ministro da Defesa, onde ficou até março de 2006. No governo, destacou-se também por reclamar das altas taxas de juros vigentes no país, que chegou a chamar de "criminosas".


Filho de Antônio Gomes da Silva e Dolores Peres Gomes da Silva, Alencar começou a trabalhar aos 7 anos de idade, ajudando o pai em sua loja. Com 15 anos, foi trabalhar como balconista numa loja de tecidos e, aos 18 anos, começou seu próprio negócio, contando com a ajuda de seu irmão Geraldo Gomes da Silva. Era casado com Mariza, com quem comemorou bodas de ouro e teve três filhos: Maria da Graça, Patrícia e Josué. Também teve netos e bisnetos.

Em 31 de março de 1950, abriu sua primeira empresa, denominada A Queimadeira, localizada na cidade de Caratinga (MG), onde vendia diversos artigos, tais como chapéus, calçados, tecidos e guarda-chuvas. Manteve essa empresa até 1953, quando decidiu vendê-la e mudar de ramo.

Iniciou seu segundo negócio na área de cereais por atacado, ainda em Caratinga. Depois, participou, em sociedade com José Carlos de Oliveira, Wantuil Teixeira de Paula e seu irmão Antônio, de uma fábrica de macarrão. Em 1963, constituiu a Companhia Industrial de Roupas União dos Cometas, que mais tarde passou a se chamar Wembley Roupas S.A.

Em 1967, em parceria com o empresário Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros (MG), a Companhia de Tecidos Norte de Minas, Coteminas. A empresa cresceu e conta, atualmente, com 11 unidades que fabricam e distribuem fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas de banho e de rosto, roupões e lençóis para o mercado interno, Estados Unidos, Europa e países do Mercosul.


O ex-presidente Lula e a atual presidente Dilma Rousseff em visita a José Alencar no mês de dezembro no Hospital Sírio-Libanês

Vida pública
Alencar foi presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre outros cargos. Candidatou-se às eleições para o governo de Minas Gerais em 1994, mas não foi vitorioso. Em 1998, disputou uma vaga para o Senado e conseguiu se eleger com quase três milhões de votos.

No Senado, Alencar foi presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) e integrou a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Também participou como membro efetivo da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Como vice-presidente da República, foi voz discordante dentro do governo contra a política econômica defendida pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Sua crítica principal recaiu sobre o método de fixar altas taxas de juros para conter a inflação e manter a economia sob controle. Alencar assumiu várias vezes a Presidência da República, por ocasião das viagens internacionais de Lula. Chegou a ser considerado pela Revista Época um dos cem brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Em setembro de 2009, disse que pretendia disputar mais uma vez o cargo de senador nas eleições de 2010, caso conseguisse se recuperar dos problemas causados pelo câncer. Em abril de 2010 anunciou, entretanto, que não iria mais disputar as eleições para o Senado nem para qualquer outro cargo. Acrescentou que tal decisão foi tomada após conversa com Lula.

Ele voltaria mais uma vez ao Congresso, no dia 2 de fevereiro de 2010, quando discursou - como vice-presidente da República - durante a cerimônia de abertura dos trabalhos legislativos, emocionando deputados e senadores ao falar de sua luta contra o câncer. Na ocasião, foi aplaudido de pé, e confessou sentir saudades do tempo em que foi senador por Minas Gerais.

Fonte: Agência Senado

http://www.robertocatarino.blogspot.com

quarta-feira, 16 de março de 2011

O EGITO ANTIGO: ASPECTOS DA VIDA INTELECTUAL


O raciocínio egípcio se baseava na acumulação de exemplos concretos, não em teorias gerais. Estava, outrossim, engajado no esforço de preservar a estrutura político-social vigente e a ordem cósmica,através de uma ética e de observâncias rituais adequadas; ou em fornecer pragmaticamente regras ou receitas funcionais às diversas atividades. O pensamento egípcio estava interessado na preservação do estado de coisas: era, assim, conservador e conformista em forma predominante (quando não abertamente oportunista, ao legitimar a ânsia de agradar aos poderosos). Isto se liga, em primeiro lugar, à estabilidade estrutural básica - através de múltiplas mudanças – que caracterizou, a civilização faraônica através dos milênios. Tal fato reforçava a convicção de existir uma ordem necessária, legítima e desejável no mundo e na sociedade.
Em se tratando de religião, no antigo Egito, a religião historicamente conhecida resultou, em primeiro lugar, da superposição e organização das divindades dos nomos. Em cada santuário o deus local era visto como a divindade suprema e criadora. Desde o século XIX, diversos autores vêm afirmando que, apesar de um politeísmo aparente, a religião dos antigos egípcios era de fato monoteísta. As concepções acerca do caráter e das atribuições da divindade seriam coerentes e unitárias, sendo os deuses múltiplos simples aspectos ou manifestações do Deus único e inefável.
No Reino Novo fortaleceram-se as tentativas de sincretismo e identificação entre as personagens e mitos divinos. Um aspecto especial e muito importante da religião egípcia eram as crenças funerárias. A religião funerária era profundamente penetrada de magia em todos os seus aspectos. As crenças sobre a vida depois da morte fizeram dos túmulos egípcios os mais ricos de toda a História humana em oferendas enterradas com os defuntos e em representações diversas da vida quotidiana e das atividades profissionais do morto e seus subordinados: daí a sua extraordinária importância como fonte histórica. A religião penetrava intimamente todos os aspectos da vida pública e privada do antigo Egito. A medicina era penetrada de magia e religião. O aspecto supersticioso das crenças multiplicava o uso de amuletos e outras proteções mágicas, tanto pelos vivos quanto pelos mortos.
Com relação à língua, escrita e literatura no Egito, a língua egípcia é considerada africana, com alguma influência semítica. A última etapa histórica do antigo egípcio foi o copta, hoje idioma morto, mas ainda usado como língua litúrgica dos cristãos do Egito. No período faraônico, três fases transparecem através dos textos escritos conservados: egípcio arcaico, egípcio clássico ou médio e neo-egípcio.
Os textos egípcios que se conservaram são predominantemente religiosos e funerários - textos das pirâmides, textos dos sarcófagos, Livro dos Mortos, hinos a diversas divindades, inscrições que se referem aos mitos e rituais divinos - relativos aos feitos dos reis, e biografias oficiais de funcionários.
Desde o Reino Antigo, apareceu uma literatura profana, bem conhecida em épocas posteriores: romances curtos, poesias líricas, instruções moralizantes, sátiras, tratados técnicos. A cultura do Egito antigo, nos aspectos que podemos conhecer, era patrimônio de reduzida elite de letrados: cortesãos, sacerdotes, funcionários e escribas.
No que diz respeito a artes plásticas, os antigos egípcios não tinham uma noção da arte como atividade que se autojustifica: arquitetos, escultores ou pintores viam-se como funcionários ou como artesãos que produziam objetos funcionais para uso religioso, funerário ou de outro tipo. A arte em todos os seus aspectos - arquitetura, escultura, pintura, artes menores - girava em tomo dos deuses, do rei-deus e da corte. Sendo o faraó o construtor principal e o maior consumidor de objetos de arte, por concentrar a riqueza e a mão-de-obra especializada e não-especializada necessária, as épocas de apogeu artístico coincidem com os auges do poderio faraônico. Os templos egípcios se caracterizam pela sua monumentalidade. A partir do Reino Novo, fixou-se um padrão em tal tipo de edifício: entradas monumentais, pátios abertos, salas hipóstilas, um santuário obscuro, capelas para a barca do deus e outros fins, depósitos etc.
A escultura real era com freqüência também monumental e idealizada, representando o faraó, segundo certas convenções bastante rígidas quanto às atitudes e às vestimentas. Já a escultura de particulares conhecida através das tumbas era mais realista.
A pintura refinou muito as suas técnicas no Reino Novo. Certos cânones e convenções se mantiveram com pouca mudança ao longo dos milênios. São consideradas notáveis e úteis como documentação, as pinturas e relevos encontrados nos túmulos, além de certos manuscritos como o Livro dos Mortos são também decorados com belas ilustrações.