BLOG DO PROFº ROBERTO CATARINO

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

CULTURA CLERICAL E TRADIÇÕES FOCLORICAS NA COLONIZAÇÃO MEROVINGIA.







Neste texto o autor, relata a passagem da “Antiguidade” para a Idade Média, através dos níveis culturais lingüísticos, sociais e intelectuais, de seus grupos e o papel do clero nessa transição.

Entretanto, com a emergência da massa camponesa, havia a necessidade de um igualitarismo ou pelo menos uma similitude do idioma falado, pois se o clero falava o latim, esse idioma deveria ser a forma de entendimento entre a massa camponesa e a aristocracia, pois os camponeses ainda conservavam as suas línguas tradicionais, e como a massa camponesa junto ao clero, agiam sobre as relações sociais e culturais da idade média.

Outro fator que o autor descreve e a transformação social da aristocracia junto com a massa camponesa que cumina na implantação do cristianismo distorcida e sensível ao domínio da cultura entre um clero colonizado por aristocratas greco-romanos, diante de uma massa inculta e uma elite cultivada.

A igreja monopoliza a cultura intelectual e exerce um papel importante em relação à atitude de adaptar a cultura profana pagã, se utilizando de argumentos intelectuais do século III ao século V, onde os chefes eclesiásticos, na grandes maioria pertencente à aristocracia indígena-romana, onde os bispos e adotados de origem bárbara adaptam este tipo de cultura, pois buscam uma ascensão social.

O artigo em linhas abaixo direciona a muito bem a questão da cultura eclesiástica, a despeito da tendência para regionalização, esta cultura tem mais ou menos por todo lado, à mesma estrutura e o mesmo nível.

Nesse diapasão, o tema continua discorrendo, apresentado o monopólio da cultura eclesiástica, o papel dos chefes eclesiásticos como interlocutores entre a aristocracia e os camponeses (massa inculta e elite cultivada), adaptando-se a cultura pagã. (exemplos apostos , Isidoro, Sevilha e a cultura visigótica).

Outro fator foi o documento arqueológico que testemunha a relação entre a cultura clerical e a cultura folclórica, na cultura eclesiástica escrita temos a vida dos santos, obras pastorais (Cesário, Martinho de Braga, Gregório, textos dos concílios), e na cultura folclórica a uma resistência passiva, que até certo ponto consegue contaminar a cultura eclesiástica, com fortes ligações com a políticas sociais e religiosas e revoltos arianos.

Baseados nesses dados descritos acima, o autor tenta entender as ações da cultura eclesiástica perante a cultura folclórica, onde confunde o terrestre com o sobrenatural, onde se faz necessária à adaptação do clero a certos tipos cerimoniais, onde a cultura eclesiástica deve em determinadas ocasiões adaptar-se, a cultura folclórica que recusa essa adaptação, mas a cultura clerical absorve e elimina a folclórica, pois e uma ameaça aos significados cristãos.

Fica evidente que o texto focaliza o poder do clero na idade media, onde assistimos a um bloqueamento da cultura inferior pela superior.



Dados bibliográficos :



Livro: Para um Novo Conceito de Idade Média – tempo,trabalho e cultura ocidental

Texto : Cultura Clerical e Tradições Folclóricas na Civilização Merovingia – p. 207;217

Autor : Lê Golff, Jacques

Editora Estampa – Lisboa 1980

Autor da resenha : Catarino,Roberto

segunda-feira, 30 de maio de 2011

AS MISSÕES JESÚITICAS NA AMÉRICA ESPANHOLA




Não é um passado glorioso que seja muito lembrado nas "histórias livrescas", pois, assim como os demais méritos da Igreja, com a instalação da república maçônica foram todos relegados a uma educação pretérita, assim chamada de decrépita; e alguma vezes, em ato de extrema audácia e ignorância, até apelidadas de utopias. Mas as ruínas de mais de quatro séculos de existência continuam a resistir ao tempo não só em território Brasileiro, mas também em território Argentino e Paraguaio.
Os mesmos Jesuítas também doaram sua vida nesta empresa de catequização, algo que se constitua como o famoso 4º carisma da Ordem,não há como dissociar os Jesuítas da implantação da civilização na América do Sul, já que foram eles os corajosos guerreiros cristãos a fincar moradia nestas paragens, vindos a pedido das Coroas da Espanha e Portugal. Junte-se a isto a sólida formação teológica que imprimia um caráter indelével de eloquência e santidade, além dos vastos conhecimentos que eram professados em história e filosofia que tornavam os Jesuítas como os mais aptos a desenvolverem uma cultura cristã, que a priori se tornaria meio mais fácil para a vinda definitiva dos Europeus. Ligue-se a isto a devoção total ao Pontífice, a lealdade e o amor no ensino das crianças, e teremos enfim uma dádiva de Deus que fora enviada as terras descobertas.
Famosas eram as missões (cuja gênese data de 1635 e pleno desenvolvimento em 1678) que se implantavam em vastos territórios para aglutinar em torno de sí várias aldeias e catequizá-las, possuíam mais eficácia na catequização do que as Missões itinerantes, que sempre, na sua ausência, os jesuítas obtivessem do papa o poder de erguer altares onde bem lhes interesar-se e assim consolidar seus povoados.
Uma das mais singulares dentre estas é a Missão da Colônia de Sacramento, que se espalha por diversos centros, dentre eles o de São Miguel das Missões, San Ignacio Mini, Nuestra Señora de Loreto e Santa Maria Mayor (os três últimos em território Argentino), todas integrando a área pastoral chamada de Missões dos Sete Povos. O principal objetivo delas era firmar a civilização cristã no América portuguesa e espanhola, todavia, sem os vícios e males que já nesta época deploravam na Europa; algo que foi feito com a mais singular eficácia, mas destruído enfim pela inveja e ganância dos que somente enxergavam os índios como animais a serviço dos "civilizados".

A realidade dentro desses centros era demasiadamente diferente das aldeias locais em que viviam os índios sob variados aspectos. A principio, quando se encontrava uma nova aldeia, os Jesuítas procuravam o contato em algumas das línguas tupis e guaranis que dominavam. Quando se reuniam várias aldeias, toda se comprometendo a viver em união estável, se iniciava a catequização, logo todos eram agrupados em grandes cidades auto-suficientes em diversas matérias, embora na maioria das vezes dependessem de doações da própria ordem ou da nobreza portuguesa e espanhola para seu mantenimento.


As construções, até hoje existentes, não se limitavam a Igrejas, mas também a cemitérios, claustros, presídios, muralhas e trincheiras (para proteção contra ataques inimigos), casas dos índios, orfanatos, oficinas e etc, sempre com a cooperação dos neo-convertidos que, embebidos de ardor religioso, imprimiam todos os esforços para conquistarem o céu e viverem segundo os dogmas da Santa Igreja4. O centro de tudo era a Santa Cruz, geralmente erguida em frente às Igrejas, e as próprias paróquias, muito bem elaboradas para o contexto rudimentar que a cercava.

Esse poder teocrático deixou como legado uma língua nativa oficial no Paraguai, única na América Espanhola. No desenvolvimento técnico, a fundição de ferro e o uso da terra para o plantio; no arqueológico, vestígios de ruínas de imensos templos e cidades utópicas.
Nas reduções, os objetivos principais da Companhia de Jesus eram a doutrina e a catequese, bem como a vida comunitária. O programa das edificações deveria satisfazer as necessidades de uma comunidade com vida autônoma e organização socioeconômica quase auto-suficiente, dimensionada para abrigar de 4.000 a 5.000 almas – meta que, quando atingida, levava à criação de outra redução e assim progressivamente, como determina a Coroa Espanhola, ao tomar posse da terra.

Partindo para o aspecto abstrato e estético, as povoações eram avançadas e até mesmo comparadas aos Feudos europeus pela organização rígida e disciplinada, governo centralizado e nível cultural abrangente.


As terras eram concedidas em caráter permanente e hereditário, sendo obrigatório o trabalho durante o período de dois dias em terras coletivas para o sustento geral (chamadas de "Propriedades de Deus"). As jornadas de trabalho duravam em média seis horas, possuindo-se em cada redução como referencial um relógio de sol. O comércio era limitado em seu início, fortificando-se com o estabelecimento interno das Missões, utilizando-se como moeda: fumo, mel silvestre e outros artigos de maior valor. A saúde era especialmente cuidada por um grupo de enfermeiras organizadas que receitavam remédios fitoterápicos, ao que a mortandade decaia continuamente e sempre quando acontecia um falecimento, este era acompanhado pelos religiosos que empregavam a extrema-unção, prova magna da dedicação de ambos (religiosos e enfermeiras).

As construções eram sólidas, sempre com aspecto rudimentar, entretanto, majestosas ; as ruas eram expandidas em pavimentos retos. Sempre existiam representantes da Coroa, a fim de proteger os territórios e manter a soberania espanhola. Ainda, as produções internas, além de alimentar aos próprios habitantes, também eram enviados a coroa para fins de exportação, o que de certo modo corrobora para qualificar os indígenas como súditos da Coroa e merecedores de respeito jurídico. "Em meados do século XVII, muitas das reduções já eram prósperas o bastante para desenvolver um ativo comércio com as cidades e províncias próximas, chegando a exportar muitos produtos para a Europa, incluindo instrumentos musicais e esculturas, e importando outros tantos. Em diversos casos o seu sucesso foi de fato notável, superando em muito o nível de vida dos colonos assentados nas vilas e cidades, desenvolvendo uma estrutura administrativa e econômica muito mais eficiente e humana, e práticas tecnológicas mais avançadas. O crescimento das Missões levantava a ira de muitos, sendo considerada especialmente por eles como indícios de uma rebelião teocrática, o que não faz sentido dada a submissão incontestável da Ordem dos Jesuítas às Coroas portuguesa e Espanhola. Tal fora a pressão e a perseguição, que o próprio Papa Clemente XIV em 1773, por via do documento Dominus ac Redemptor, suprimiu a Ordem; e que se ressalte que a suprimiu para que a mortandade de fiéis e padres decaísse e não por suspeitas da Santa Sé, comprovando-se a idoneidade da Ordem quando do seu restabelecimento em 1814 pelo Papa Pio, como as povoações eram muito ligadas de maneira intrínseca à Ordem dos Jesuítas, elas continuaram a existir sob a proteção de outras ordens, como a Franciscana, mas logo caindo em deterioração, o fracasso advém principalmente da impaciência das Coroas que desejavam uma incorporação (submissão) mais rápida dos indígenas, o que por vezes poderia demorar décadas, embora fosse viável religiosamente.
A Milícia de Cristo promoveu, a piedade e a tradição católica nos primeiros habitantes da América; tais cidades avançadas são exemplos de organização.
O quilate dos Jesuítas advindos da Europa ajudou a formar essas nações que até hoje, principalmente por meio do patrimônio que sobreviveu, pode ser admiradas.

Outro fator foi o ciúme de outras ordens religiosas em Roma, rumores de minas de ouro escondidas e conspiração jesuítica para a criação de Estado independente colaboraram para a extinção da Companhia de Jesus em 1759. Os jesuítas das missões paraguaias foram presos e deportados para a Europa em 1767.

Muitos índios voltaram para as selvas ou migraram para Buenos Aires e outras cidades, graças aos ofícios aprendidos com os padres.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O REINO DE DEUS NA TERRA: IMPÉRIO BIZANTINO

FICHAMENTO
De Sergio F. Alois Schermann

por

Roberto Catarino da Silva

- O termo “bizantino” é aplicado à entidade política centrada inicialmente nos Bálcãs e no Mediterrâneo oriental, que pode ser considerada como continuação do império romano.
- Herdeiro das pretensões universalistas do império romano tardio, o império bizantino teve uma realidade territorial bastante cambiante ao longo de sua história. Nesse aspecto é compreensível a sua caracterização como anômalo porque, ao contrário dos demais impérios, as frequentes contrações territoriais tornaram a exploração imperialista mais uma exceção que propriamente a regra.
- Para muitos historiadores, o império romano já poderia ser denominado bizantino a partir do final do século III, com a presença dos elementos “orientais” assimilados a monarquia persa.
- Desconsiderando qualquer grande ruptura no século V e percebendo uma continuidade na sociedade romana tardia até o século VI, consideramos para este estudo o século VI como o inicio do período bizantino.
- Desde os séculos iniciais da Idade Média, os bizantinos foram considerados como um “outro” no discurso dos cronistas e historiadores ocidentais. (...) De modo geral, o império bizantino tem chamado a atenção dos historiadores desde o século XIX por construir um modelo de realeza teocrática, que é sempre contraposto à experiência ocidental.
- Tanto o Ocidente medieval quanto o império bizantino e o califado islâmico seriam herdeiros do modelo da realeza sagrada do império romano tardio, onde o imperador era visto como um intermediário entre Deus e o povo cristão.
- O período de Justiniano, marcado pela tentativa de restabelecimento do império mediterrânico e pelo esforço de codificação da legislação empreendido pelo imperador. Segue-se a ele o século VII, marcado pela questão iconoclasta, quando se vê um novo desenvolvimento da identidade religiosa do Estado. Por fim, os séculos finais do império, e que são marcados pela fragmentação territorial e predominância dos interesses ocidentais sobre o destino de Bizâncio.
- O período Justiniano é considerado um marco pela historiografia por representar uma transição da Antiguidade para a Idade Média. A divisão estabelecida por Diocleciano no final do século III teve como razão inicial a necessidade de ter o poder imperial próximo aos teatros de guerra.
- A constatação de que os romanos consideravam a si próprios como vivendo em um império, em alguns momentos governados por dois imperadores, coloca a ação de Justiniano dentro de um contexto mais apropriado e explica aquilo que para alguns historiadores significava o fruto de uma ambição desmedida, que seria responsável pela crise do século seguinte.
- As pessoas acreditavam que a salvação individual de cada alma dependia da salvação do Império, o que só aconteceria através de uma rígida adesão à ortodoxia. O crescimento e o enriquecimento da Igreja a partir do século IV, a expansão do monarquismo e as responsabilidades que a Igreja passava a assumir diante das camadas urbanas mais pobres.
- No período Justiniano, a realidade era ainda de um império pluriétnico e plurilingüístico, que ganhava coesão através do aparato fiscal e administrativo do governo. A lei e o controle das províncias reforçavam a idéia de pertencimento ao império.
- Um princípio fundamental do sistema de taxação bizantino era o de assegurar a extração do máximo possível de rendimento sem que isso prejudicasse a base social da produção rural. Justiniano procurou apresentar as mudanças como um desenvolvimento natural a partir de forças internas ou como um retorno aos valores tradicionais.
- Os imperadores a partir do século IV apresentaram seu poder de forma diferente, é questionável que a natureza desse poder fosse intrinsecamente diferente. Os maiores obstáculos impostos ao exercício arbitrário do poder durante o período republicano, já estavam ausentes desde o início do principado.
- A própria transmissão do poder de pai para filho, embora estivesse claramente disseminada no império bizantino, não dispunha de um suporte institucional ou ideológico.
- O poder legítimo era aquele que deixava espaço de ação ao patriarca e que não acumulava a função de chefe do exército. O corpus iuris civillis, que Justiniano via como um complemento da sua atividade militar, e que iria trazer internamente a concórdia que as armas traziam no âmbito externo, era uma etapa não somente para a preservação da lei mas também de uma reinterpretação bem adequada às necessidades do poder imperial.
- As transformações na organização social seguiram a tendência em curso desde o período de Justiniano. A aristocracia senatorial do período romano foi perdendo gradativamente sua importância, com a prática dos imperadores de promoverem cada vez mais a ascensão de “homens novos” a parir do critério do mérito.
- No século VIII, a grande mudança foi a introdução de um sistema de aferição das taxas, pelo qual o cálculo era feito de acordo com a capacidade dos produtores de pagar, e ao a partir das necessidades do império. Era necessário ajustar o discurso cristão triunfalista ao novo contexto. A idéia de que a vitória imperial dependia do favor divino transformara o Deus cristão no grande Deus da vitória.
- Ao longo do século VII, o discurso imperial passou a enfatizar de forma crescente mais a piedade pessoal que a cívica do imperador. Ao longo do século VII, os bizantinos começaram a explorar imagens apocalípticas para explicar o momento em viviam. O período iconoclasta, que se inicia com a ascensão de Leão III em 717, é tradicionalmente visto como um momento de crise.
- O imperador Constantino V, filho de Leão III, redigiu uma obra que seria o primeiro esboço de uma teologia iconoclasta. A verdadeira imagem deveria ser consubstancial ao seu modelo, e daí ele infere que a única imagem possível de Cristo era a Eucaristia.
- Transformação da identidade religiosa em identidade política foi um fenômeno típico do período iconoclasta e pode ser ligado diretamente ao contato entre bizantinos e árabes no Mediterrâneo Oriental.
- No entanto, além da mudança da conjuntura política, com a reaproximação entre Roma e o Império germânico e a eclosão das Cruzadas, o poder imperial iniciava uma curva declinante, de forma que os elementos da crise que marcaria os séculos finais do império já estavam presente.
- Se durante muitos séculos o poder imperial fora o garantidor da ortodoxia e o responsável pela unidade da Igreja, nesses dois séculos finais era a ortodoxia que colocava todas as suas forças a serviço da idéia de um poder imperial universal. Com o avanço sérvio, com as pretensões gregas no Peloponeso, além de búlgaras e albanesas, o império somente poderia vivenciar os seus últimos momentos, caso estivesse concentrado em uma autoridade moral sem poder efetivo, como o patriarcado de Constantinopla.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A Expansão Marítima




A expansão ultramarina Européia deu início ao processo da Revolução Comercial, que caracterizou os séculos XV, XVI e XVII. Através das Grandes Navegações, pela primeira vez na história, o mundo seria totalmente interligado. Somente então é possível falar-se em uma história em escala mundial. A Revolução Comercial, graças a acumulação primitiva de Capital que propiciou, preparou o começo da Revolução Industrial a partir da segunda metade do século XVIII. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador – no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos da burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas.



FATORES QUE PROVOCARAM A EXPANSÃO

- Centralização Política: Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar a navegação;
- O Renascimento: Permitiu o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica;
- Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais;
- A busca de terras e novas minas (ouro e prata) com o objetivo de superar a crise do século XIV;
- Expandir a fé;

OBJETIVOS DA EXPANSÃO

- Metais;
- Mercados;
- Especiarias (Noz Moscada, Cravo...)
- Terras;
- Fiéis;

PIONEIRISMO PORTUGUÊS

- Precoce centralização Política;
- Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) *
- Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa;
- Capital (financiamento de Flandres);
- Posição Geográfica Favorável;


ESCOLA DE SAGRES – Centro de Estudos Náuticos, fundado pelo infante Dom Henrique, o qual manteve até a sua morte, em 1460, o monopólio régio do ultramar. O "Príncipe perfeito" Dom João II (1481-1495) continuou o aperfeiçoamento dos estudos náuticos com o auxílio da sua provável Junta de Cartógrafos, que teria elaborado em detalhe o plano de pesquisa do caminho marítimo para as índias.

terça-feira, 29 de março de 2011

A trajetória de vida do grande político que esse pais já teve: José Alencar



Conhecido pelo largo sorriso, bom humor e otimismo, Alencar fez 14 cirurgias e dois implantes de stent (cateter com um pequeno balão na ponta) devido ao entupimento de artérias. A maior parte das cirurgias foi para combater o câncer, doença contra a qual luta desde 1997. Ele dizia não ter medo da morte, mas lutava sempre pela vida.

Nascido em Muriaé, na Zona da Mata mineira, em 17 de outubro de 1931, o ex-vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva foi senador por Minas Gerais e um dos maiores empresários daquele estado, onde fundou a Coteminas, sua principal empresa, que atua no ramo têxtil.

Começou a exercer a vice-presidência da República no dia 1º de janeiro de 2003, depois da vitória do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2004, Alencar passou a acumular a vice-presidência com o cargo de ministro da Defesa, onde ficou até março de 2006. No governo, destacou-se também por reclamar das altas taxas de juros vigentes no país, que chegou a chamar de "criminosas".


Filho de Antônio Gomes da Silva e Dolores Peres Gomes da Silva, Alencar começou a trabalhar aos 7 anos de idade, ajudando o pai em sua loja. Com 15 anos, foi trabalhar como balconista numa loja de tecidos e, aos 18 anos, começou seu próprio negócio, contando com a ajuda de seu irmão Geraldo Gomes da Silva. Era casado com Mariza, com quem comemorou bodas de ouro e teve três filhos: Maria da Graça, Patrícia e Josué. Também teve netos e bisnetos.

Em 31 de março de 1950, abriu sua primeira empresa, denominada A Queimadeira, localizada na cidade de Caratinga (MG), onde vendia diversos artigos, tais como chapéus, calçados, tecidos e guarda-chuvas. Manteve essa empresa até 1953, quando decidiu vendê-la e mudar de ramo.

Iniciou seu segundo negócio na área de cereais por atacado, ainda em Caratinga. Depois, participou, em sociedade com José Carlos de Oliveira, Wantuil Teixeira de Paula e seu irmão Antônio, de uma fábrica de macarrão. Em 1963, constituiu a Companhia Industrial de Roupas União dos Cometas, que mais tarde passou a se chamar Wembley Roupas S.A.

Em 1967, em parceria com o empresário Luiz de Paula Ferreira, fundou, em Montes Claros (MG), a Companhia de Tecidos Norte de Minas, Coteminas. A empresa cresceu e conta, atualmente, com 11 unidades que fabricam e distribuem fios, tecidos, malhas, camisetas, meias, toalhas de banho e de rosto, roupões e lençóis para o mercado interno, Estados Unidos, Europa e países do Mercosul.


O ex-presidente Lula e a atual presidente Dilma Rousseff em visita a José Alencar no mês de dezembro no Hospital Sírio-Libanês

Vida pública
Alencar foi presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre outros cargos. Candidatou-se às eleições para o governo de Minas Gerais em 1994, mas não foi vitorioso. Em 1998, disputou uma vaga para o Senado e conseguiu se eleger com quase três milhões de votos.

No Senado, Alencar foi presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) e integrou a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Também participou como membro efetivo da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Como vice-presidente da República, foi voz discordante dentro do governo contra a política econômica defendida pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Sua crítica principal recaiu sobre o método de fixar altas taxas de juros para conter a inflação e manter a economia sob controle. Alencar assumiu várias vezes a Presidência da República, por ocasião das viagens internacionais de Lula. Chegou a ser considerado pela Revista Época um dos cem brasileiros mais influentes do ano de 2009.

Em setembro de 2009, disse que pretendia disputar mais uma vez o cargo de senador nas eleições de 2010, caso conseguisse se recuperar dos problemas causados pelo câncer. Em abril de 2010 anunciou, entretanto, que não iria mais disputar as eleições para o Senado nem para qualquer outro cargo. Acrescentou que tal decisão foi tomada após conversa com Lula.

Ele voltaria mais uma vez ao Congresso, no dia 2 de fevereiro de 2010, quando discursou - como vice-presidente da República - durante a cerimônia de abertura dos trabalhos legislativos, emocionando deputados e senadores ao falar de sua luta contra o câncer. Na ocasião, foi aplaudido de pé, e confessou sentir saudades do tempo em que foi senador por Minas Gerais.

Fonte: Agência Senado

http://www.robertocatarino.blogspot.com

quarta-feira, 16 de março de 2011

O EGITO ANTIGO: ASPECTOS DA VIDA INTELECTUAL


O raciocínio egípcio se baseava na acumulação de exemplos concretos, não em teorias gerais. Estava, outrossim, engajado no esforço de preservar a estrutura político-social vigente e a ordem cósmica,através de uma ética e de observâncias rituais adequadas; ou em fornecer pragmaticamente regras ou receitas funcionais às diversas atividades. O pensamento egípcio estava interessado na preservação do estado de coisas: era, assim, conservador e conformista em forma predominante (quando não abertamente oportunista, ao legitimar a ânsia de agradar aos poderosos). Isto se liga, em primeiro lugar, à estabilidade estrutural básica - através de múltiplas mudanças – que caracterizou, a civilização faraônica através dos milênios. Tal fato reforçava a convicção de existir uma ordem necessária, legítima e desejável no mundo e na sociedade.
Em se tratando de religião, no antigo Egito, a religião historicamente conhecida resultou, em primeiro lugar, da superposição e organização das divindades dos nomos. Em cada santuário o deus local era visto como a divindade suprema e criadora. Desde o século XIX, diversos autores vêm afirmando que, apesar de um politeísmo aparente, a religião dos antigos egípcios era de fato monoteísta. As concepções acerca do caráter e das atribuições da divindade seriam coerentes e unitárias, sendo os deuses múltiplos simples aspectos ou manifestações do Deus único e inefável.
No Reino Novo fortaleceram-se as tentativas de sincretismo e identificação entre as personagens e mitos divinos. Um aspecto especial e muito importante da religião egípcia eram as crenças funerárias. A religião funerária era profundamente penetrada de magia em todos os seus aspectos. As crenças sobre a vida depois da morte fizeram dos túmulos egípcios os mais ricos de toda a História humana em oferendas enterradas com os defuntos e em representações diversas da vida quotidiana e das atividades profissionais do morto e seus subordinados: daí a sua extraordinária importância como fonte histórica. A religião penetrava intimamente todos os aspectos da vida pública e privada do antigo Egito. A medicina era penetrada de magia e religião. O aspecto supersticioso das crenças multiplicava o uso de amuletos e outras proteções mágicas, tanto pelos vivos quanto pelos mortos.
Com relação à língua, escrita e literatura no Egito, a língua egípcia é considerada africana, com alguma influência semítica. A última etapa histórica do antigo egípcio foi o copta, hoje idioma morto, mas ainda usado como língua litúrgica dos cristãos do Egito. No período faraônico, três fases transparecem através dos textos escritos conservados: egípcio arcaico, egípcio clássico ou médio e neo-egípcio.
Os textos egípcios que se conservaram são predominantemente religiosos e funerários - textos das pirâmides, textos dos sarcófagos, Livro dos Mortos, hinos a diversas divindades, inscrições que se referem aos mitos e rituais divinos - relativos aos feitos dos reis, e biografias oficiais de funcionários.
Desde o Reino Antigo, apareceu uma literatura profana, bem conhecida em épocas posteriores: romances curtos, poesias líricas, instruções moralizantes, sátiras, tratados técnicos. A cultura do Egito antigo, nos aspectos que podemos conhecer, era patrimônio de reduzida elite de letrados: cortesãos, sacerdotes, funcionários e escribas.
No que diz respeito a artes plásticas, os antigos egípcios não tinham uma noção da arte como atividade que se autojustifica: arquitetos, escultores ou pintores viam-se como funcionários ou como artesãos que produziam objetos funcionais para uso religioso, funerário ou de outro tipo. A arte em todos os seus aspectos - arquitetura, escultura, pintura, artes menores - girava em tomo dos deuses, do rei-deus e da corte. Sendo o faraó o construtor principal e o maior consumidor de objetos de arte, por concentrar a riqueza e a mão-de-obra especializada e não-especializada necessária, as épocas de apogeu artístico coincidem com os auges do poderio faraônico. Os templos egípcios se caracterizam pela sua monumentalidade. A partir do Reino Novo, fixou-se um padrão em tal tipo de edifício: entradas monumentais, pátios abertos, salas hipóstilas, um santuário obscuro, capelas para a barca do deus e outros fins, depósitos etc.
A escultura real era com freqüência também monumental e idealizada, representando o faraó, segundo certas convenções bastante rígidas quanto às atitudes e às vestimentas. Já a escultura de particulares conhecida através das tumbas era mais realista.
A pintura refinou muito as suas técnicas no Reino Novo. Certos cânones e convenções se mantiveram com pouca mudança ao longo dos milênios. São consideradas notáveis e úteis como documentação, as pinturas e relevos encontrados nos túmulos, além de certos manuscritos como o Livro dos Mortos são também decorados com belas ilustrações.