São Bento Abade padroeiro da Europa
(ca. 480-547)
(ca. 480-547)
O
patriarca do monaquismo ocidental
Bento nasceu em Núrcia,
não muito longe de Roma, em 480, seus pais de nobre linhagem, o enviaram para
Cidade Eterna, a fim de que se formasse nas ciências liberais, visando uma boa
colocação na magistratura. O Império Romano estava esfacelando-se frete à
pressão dos invasores bárbaros.O último imperador Rômulo Augístulo entregou o
comando da Itália a Odoacro,rei dos hérulos, em 476. O ambiente romano era
leviano e frívolo demais para o jovem estudante Bento que, aspirando a idéias
superiores, acabou se desgostando.
Retirou-se as montanha
da Úmbria e, imitando o exemplo de outros eremitas, escolheu uma gruta quase
inacessível num penhasco chamado Subiaco, a fim de entregar-se à oração, à
meditação e à ascese cristã. Outro eremita, de vez em quando lhe fazia descer
num cesto um pouco de pão para completar a pouca alimentação.
Não existiam ainda, na
Itália, instituições monásticas, ao contrário do Oriente, onde, onde já havia
uma tradição a respeito. Os mosteiros fundados por Santo Honorato e Santo
Cassiano um século antes na França eram pouco conhecidos na Itália.
Bento sentiu-se
inspirado em fazer a sua experiência eremítica e monástica. Ficou três anos na
solidão daquela gruta; sua experiência aos poucos, contagiou outros jovens
desejosos de cultivar os valores espirituais. Entre os primeiros discípulos,
contam-se São Mauro e São Plácido.
A experiência de São
Bento foi amadurecendo com o estudo das Regras monásticas de São Pacômio e de
São Basílio, procurando assimilar o que havia de melhor e adaptando-o ao
espírito romano. Aos 40 anos de idade, não encontrando mais condições de
sossego, por interferências estranhas, Bento deixa subiaco, ruma para o sul de
Roma. E constrói o famoso mosteiro de Monte Cassino, considerado o centro
propulsor da vida beneditina em todos os tempos.
No cume de um monte,
este mosteiro devia realizar o ideal de vida consagrada: não em cenóbios em que
o monge vive sozinho, exposto a perigos e ilusões de fixismo religioso, mas em
vida comunitária sob a direção de um mestre espiritual, o abade (abbas=pai) num
mosteiro auto-suficiente.
A expansão que alcançou
esta iniciativa monástica foi impressionante.Duzentos anos mais tarde, a Regra
Beneditina vigorava em toda a Europa eliminando praticamente todas as demais
formas de vida consagrada.
Este sucesso não foi
casual, mas inerente ao equilíbrio e sensatez da Regra. Pois o fim da Regra de
São Bento era formar cristãos perfeitos, seguindo os ensinamentos de Jesus
Cristo , mediante a prática dos mandamentos e conselhos evangélicos.Essa
perfeição, pensava o santo, era mais fácil de ser atingida na vida comunitária
do que na solidão. Neste sentido, a Regra de São Bento marca um claro progresso
em relação à regra individual, eremítica ou cenobítica.
Outro precioso fator
era o equilíbrio e a moderação. A Regra devia ser possível a todos e adaptável à
capacidade de cada um, de modo que os fortes, possam desejar mais e os fracos
não se sintam desencorajados. Nela há uma dosagem equilibrada de entre trabalho
manual e ot tempo de repouso, de oração e estudo. ORA ET LABORA, "oração e
trabalho", era seu lema: oração transformada em trabalho e trabalho em
oração, pela fé e obediência. O convívio fraterno completa o equilíbrio
psicológico.
Os mosteiros
beneditinos se tornaram na Idade Média centros de civilização integral, faróis
de evangelização e ciência, escolas de agricultura. Deram à Igreja inúmeros
homens de grande ciência e santidade. Das fileiras beneditinas saíram 23 papas,
cinco mil bispos e os santos canonizados são cerca de três mil.
A poucos quilômetros de
Monte Cassino, Santa Escolástica, irmã de São Bento, adotou a Regra para as
mulheres, dando origem às monjas beneditinas.
São Bento faleceu em
Monte Cassino em 547 no dia 21 de março, com 67 anos de idade. Sua figura
histórica agigantou-se cada vez mais, encontrando rápida ressonância na
literatura, na arte e, sobretudo na vida religiosa consagrada. A Igreja o
reconhece como o padroeiro da Europa. Antiga tradição beneditina colocou sua
festa no dia 11 de julho com o nome "Patrocínio".
Fonte:
Dom
Sevilho Conti, I.M.C.
Do livro Santo do Dia/Vozes
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